NUM CÉU DE SAUDADES

Num céu de imensas saudades

as nuvens trazem até mim

o teu rosto querido e amado,

que minha imaginação e o meu

amor encarregam-se de

me fazer lembrar.

Hoje não estás… mas tu estás

sempre a envolver-me com teus

braços acolhedores

e em silêncio falas-me

desde a tua lonjura,

que passa por mim como num sinal.

Um sinal de dois amantes

que se perdem no bem-querer

e no bem despertar de nossas

almas circunspectas,

que se juntam quando tudo

o mais é vazio.

Não sei mais passar um segundo

sem ti sem tua presença,

rica e afectuosa,

que faz de mim um homem

completo

na complacência do dia.

E no orvalho da manhã

recorro aos meus versos para

te dizer do silêncio que vai em mim,

quando é de ausência a tua graça

e me refugio no poema plasmado

como um cenho em meu coração.

A dor da ausência

não me sossega e eu crio asas,

para voar até onde és tu a sós,

comprometida com a vida,

na palavra erigida na

minha alma desassossegada.

Vejo-te à janela

onde costumamos conversar e requerer

a paz necessária, a este

amor tão puro que se vai fomentando

mais e mais,

como numa figura etérea de mil sóis.

Jorge Humberto

09/06/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 10/06/2010
Código do texto: T2311572
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