DUVÍDA
Vento frio nórdico que sustenta a minha poesia
Donde o verso se faz sortilégio sombrio e vazio
Nesta melancolia perversa que a duvída anuvia,
Duvída, se ainda quero sentir ou apenas desistir!
O copo de cristal, caído e partido sobre o chão,
Liquído deramado, reflexos de saudade e solidão
Espelhados nos pedaços dum coração inseguro
Que nada faz, apenas jaz na sua triste finalidade.
Pergunta insegura nesse receio escuro de saber
Se esse amor é cura ou tão somente desventura,
Entorpecente em tudo que veio e no que semeou
Mas doente e ausente no que foi e no que ficou
Salomé
"Ações e Reações" 2010