Fogo das paixões rasgando o peito
Te peço: sai do frio
Não padeça na rua
Neste inverno bravo
Se aqueça um pouco
Te mando fogo, amor, paixão, tesão
Palavras em lavas.
Sem ser pretensioso
Sei um pouco deste frio
Do quieto inquieto
Desse cozer tudo dentro
Lento
Desse trançar de agulha e linhas
Remendos pra não vazar
Paixões que assolam
Coração aos pulos
Sou assim paralelo
Pisos nesses passos
Sentimentos parecidos pululam
Sede que me cola
E me faz beber em todos os copos
Antídoto, veneno, doce e o sal, tudo junto
Tenho lá meus dragões por dentro
Ouriço e outros bichos espinhosos, de rabo e tudo
E quase sempre eles me rasgam o peito
E saem pra passear a qualquer hora
Se não deixo fico, fica pior.
Se vazam melhor
Enquanto eles fazem estragos no mundo
Fico no caminho da paixão e ali te encontro
Encanto e magia
Se isto só basta não sei
Mas fico assim exposto
Tomo um pouco de sol. Bebo da sua água
Alimento que contrapõe
E também me rui um pouco
Estruturas estranhas
Que já não me sustentam
Acho que tenho que aprender a levitar logo
Se tudo cair...