Clocks
(Sugestão: leia o poema, se assim desejar ouvindo a música Clocks - Coldplay. A sugestão é minha, pois foi ao som desta mesma música que o poema nasceu. Caso não queira, pois bem. Leia a vida sem som, sinestesie do nada... Atenciosamente, o Autor).
Os ponteiros do meu relógio voam.
Voam, sem asas. Sem nada...
Apenas voam, mostrando-me,
Provando-me, coisas que já sei.
O tempo voa amor,
Não deixemos de voar com ele.
Seria insano demais, perdido demais.
Não podemos. Queremos voar.
Sonhar, amar, desejar...
Verbalizar tudo o que sentíamos.
Mostrar para o mundo que o tempo,
Vale à pena. Vale como tempo.
Ai! Se pudéssemos contar,
Quantas voltas os segundos dão,
E continuam presos...
Os minutos e as horas, só existem,
E existem somente por existirem,
Os segundos.
Vivemos presos em algo eterno:
O tempo. Sem saber, tolos que somos,
Que o tempo, por si só está preso a algo maior.
Seria a vida?
Não. Ela passa, ela não é eterna.
Tudo morre. Uma vida sempre acaba...
Seria a morte, então?
Não. Ela é única, nunca eterna.
Ninguém morre para sempre, morre-se uma vez...
Seria a eternidade?
Não. Ela é vida. E vida acaba.
Seria o amor?
Ah! O amor... Quimera da dor,
Destruidor de flores, amores, dores.
Não é o amor. Não poderia ser ele.
Jamais. Por quê?
Ah! O amor é dor.
É como uma flor...
Nasce de uma semente,
Cresce. Vive. Vê o tempo passar...
E quando ele passa, ela vai junto.
E morre. E a morte, meu amor...
Não é eterna,
Porque se morre uma única vez...
"Leiam minha apresentação: http://www.recantodasletras.com.br/cartas/2394709"