Que a flor conheça o amor, por intermédio da dor...
Ontem, ante ontem, sempre ontem...
Fui à tua casa, meu amor.
Cheio de dor, e com uma flor...
Para dar-te, junto de meus beijos...
Quando estava indo,
A luz do sol fez-me ver a vida.
E o tantos de idas e vindas, vidas,
Que corriam pelas ruas...
Sem mais “porque”,
Sem mais “porém”...
Sem ao menos um “sei lá”.
Eu fui. E estou...
A minha flor, sentia a dor,
De tanto que te amo, amor,
Sofro. Não por dor,
Mas de amor...
Quero te ter aqui,
Dar-te a flor, e todo o resto.
Seja hoje, amanhã...
Mas que não seja ontem.
Aí amor... Quantas dores,
Minha pobre flor, inda terá de agüentar?
Pobre dela. Não sabe o que é amar...
E tampouco, sabe o que é adorar...
Adorar, de ter ardor ou de sentir dor?
Tanto faz. Os verbos são imperfeitos,
Para mim...
Eu não consigo chegar,
Perco o ponto, desço e volto.
Como se voltasse para o ontem...
Para um ontem,
Um passado, ora distante.
Ora próximo.
Algumas vezes parece ter sido ontem,
Outras vezes,
As lembranças parem ser de outra pessoa...
Tenho medo!
Ai que dor! Dói...
Choro por dentro. Minha pobre flor,
Ainda não sabe o que é a dor do amor.
Quero ser puro,
Como ela:
Não saber, como a flor,
O que é a dor do amor,
E o quanto dói amar...
Pobre de minha flor.
Ela não pode ser dada.
Não pode ser entregue...
Ela pediu tanto por isso...
Pobre de minha flor,
Agora conhece a dor, do infame e puto,
Amor...
"Leiam minha apresentação: http://www.recantodasletras.com.br/cartas/2394709"