Que venha o amor, sem dor ou flor...

Demorei tanto para te reencontrar...

Demorei muito para te contar.

Falar da vida e de mim,

Quem sabe dar um fim.

Mostrar-te a vida, e

Nela poder vê-lo, como um infante.

Relutante, revoltante. Faço-me,

E dou um laço em mim, e enfado-me.

Sei que o fardo pesa,

Que amar dói.

E que a dor, corrói –

Tanto as almas, calmas,

Como as falas, inaptas.

Viver. Mas quem?

Como posso viver, sem

Quem tanto amo?

E como amar, com tanto pranto?

Queria a chave do Elísios,

Poder sair deste Tártaro.

Fazer minha anábase...

Subir ao mundo,

E de súbito, ser fundo.

Raso, largo, não quero.

Quero ser fundo, se quero!

Quero ser teu!

E por teus braços, como um ateu,

Sofrer. Os primores do pecado –

Do amor, infame recado, dado...

Faço minhas as palavras da vida:

Que seja eterno, e feliz, o amor...

Que não seja eterno este fardo,

Que seja belo, e ávido de amoras...

Quero amar, sem dar.

Quero ser seu, sem ser meu...

Quero amor, sem dor.

Ou qualquer que seja a flor...

"Leiam minha apresentação: http://www.recantodasletras.com.br/cartas/2394709"

Le Vay
Enviado por Le Vay em 13/05/2010
Reeditado em 23/07/2010
Código do texto: T2255449
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