Que venha o amor, sem dor ou flor...
Demorei tanto para te reencontrar...
Demorei muito para te contar.
Falar da vida e de mim,
Quem sabe dar um fim.
Mostrar-te a vida, e
Nela poder vê-lo, como um infante.
Relutante, revoltante. Faço-me,
E dou um laço em mim, e enfado-me.
Sei que o fardo pesa,
Que amar dói.
E que a dor, corrói –
Tanto as almas, calmas,
Como as falas, inaptas.
Viver. Mas quem?
Como posso viver, sem
Quem tanto amo?
E como amar, com tanto pranto?
Queria a chave do Elísios,
Poder sair deste Tártaro.
Fazer minha anábase...
Subir ao mundo,
E de súbito, ser fundo.
Raso, largo, não quero.
Quero ser fundo, se quero!
Quero ser teu!
E por teus braços, como um ateu,
Sofrer. Os primores do pecado –
Do amor, infame recado, dado...
Faço minhas as palavras da vida:
Que seja eterno, e feliz, o amor...
Que não seja eterno este fardo,
Que seja belo, e ávido de amoras...
Quero amar, sem dar.
Quero ser seu, sem ser meu...
Quero amor, sem dor.
Ou qualquer que seja a flor...
"Leiam minha apresentação: http://www.recantodasletras.com.br/cartas/2394709"