Dos que amam

Tenho todos os defeitos dos que amam,

Ou dos que julgam saber amar,

Que derram lágrimas à toa,

Que não se cansam de errar.

Não é de mim viver de outra forma

Senão viver de intensidade,

Cravar os dentes e ganhar o sumo,

Amargo ou doce, desde que verdade.

Tenho na boca o vício de te beijar,

O prazer da pronúncia, teu nome,

Tenho vontade de gritar, mas calo

A mágoa sua, minha fome.

E vou assim cobrindo buracos

Que ficaram por todo lugar,

Na frieza da cama que durmo,

Ao meu lado não mais está.

Domm Paulo
Enviado por Domm Paulo em 06/05/2010
Código do texto: T2240537