Dos que amam
Tenho todos os defeitos dos que amam,
Ou dos que julgam saber amar,
Que derram lágrimas à toa,
Que não se cansam de errar.
Não é de mim viver de outra forma
Senão viver de intensidade,
Cravar os dentes e ganhar o sumo,
Amargo ou doce, desde que verdade.
Tenho na boca o vício de te beijar,
O prazer da pronúncia, teu nome,
Tenho vontade de gritar, mas calo
A mágoa sua, minha fome.
E vou assim cobrindo buracos
Que ficaram por todo lugar,
Na frieza da cama que durmo,
Ao meu lado não mais está.