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Até nas fontes de águas mais cristalinas encontramos impurezas. E assim, como em tudo que nos cerca, em nossa alma também co-habitam o bem e mal, o sim e o não, o certo e o errado, as virtudes e os pecados. Somos ambíguos por essência. Remamos contra a corrente a maior parte do tempo, buscamos ideais inalcansáveis, negamos nossa natureza; queremos os céus, trilhando veredas que cortam o inferno. Sempre que amamos, queremos e não queremos, amamos e temos medo de não sermos amados, pois sempre exigimos a troca. Somos bons aos que nos são bons e somos indiferentes à maioria para que conosco assim se comporta; é o desprezo mútuo. Desejamos respeito e atenção ao mesmo tempo que somos surdos à gritos ensurdecedores de tantos que se afogam em erros ou em fraquezas – não estendemos a mão, rezamos apenas. Faz parte de nós sermos ambivalentes.