Sempre sou eu quem pede arrego
Eu tenho um bem
Em terra firme
Ela me aflora
Solo fértil
Faz-me versar
Todo prosa
Faz de cada poro
Vulcão aceso
Ela sabe
Como me deixar teso
No seu laço
Abraço
Enrolo-me todo
Tolo
Entrego-me
Quando me falta
Descompasso
Fico na roda
Danço
Dentro da sua vida
Às vezes pareço
Adereço
Livro na estante
Imã de geladeira
Torneira aberta
Desapareço
Vou pro ralo
Rio e mar
Evaporo
Mas volto
Chuva lhe caio
Não tem jeito
É vício
Eu sempre peço
Colo
Solo
Sossego
Não sei por que
Sempre sou eu quem pede arrego