OLHOS DE GATO

Teu olhar lânguido me enche de

volúpias

e meu coração bate forte enquanto

caminhas

na minha direcção.

Quebra-se o silêncio lá fora

apenas nós existimos

olhos rasos de água e de bom

despertar

fazem com que a palavra se solte.

Dá-se inicio ao monólogo

e cada um tem de si para oferecer

com parcas palavras se desenha

o sonho de enfim

persistentemente sós.

Suspiros ecoam pela sala

(choro de criança que tem olhos

de gato)

e vão-se instalar nas fímbrias da

madeira dos objectos curiosos.

Por fim dá-se a explosão

e só o eco nos indicia

a um canto da casa grande

aninhados

como se fora um casal de namorados.

Jorge Humberto

20/04/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 21/04/2010
Código do texto: T2210398
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.