IV - Meu Cajueiro
Folhagens ébrias da chuva
Qual leite os lábios do filho
Em berço feito de grama
amamenta...
Meu cajueiro era belo...
Dava-me frutos doirados!
Uma andorinha, um pardal
Casulos de borboletas
Todos ali se abrigavam
Vicejantes...
Meu cajueiro era um elo
Dos seres mais variados!
Morava o meu cajueiro
Sozinho, tão, tão distante
Da aragem e do bafejo
De outras plantas...
Era pra mim um castelo
Dos sonhos mais desvairados!
Um dia veio seu Dono
Reivindicando o terreno
Pondo o machado à raiz...
Foi cortado!
Sobrou-me só um singelo
Caju... de amor malogrado.