IV - Meu Cajueiro

Folhagens ébrias da chuva

Qual leite os lábios do filho

Em berço feito de grama

amamenta...

Meu cajueiro era belo...

Dava-me frutos doirados!

Uma andorinha, um pardal

Casulos de borboletas

Todos ali se abrigavam

Vicejantes...

Meu cajueiro era um elo

Dos seres mais variados!

Morava o meu cajueiro

Sozinho, tão, tão distante

Da aragem e do bafejo

De outras plantas...

Era pra mim um castelo

Dos sonhos mais desvairados!

Um dia veio seu Dono

Reivindicando o terreno

Pondo o machado à raiz...

Foi cortado!

Sobrou-me só um singelo

Caju... de amor malogrado.

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 15/04/2010
Reeditado em 23/12/2012
Código do texto: T2198510
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.