ETERNAMENTE...
Muita além de qualquer regra e constituição,
Ousamos ser o nós longe de toda insanidade
Que desfavorece o coração e abastece o medo
E nos rege baixo a lei da incoerente calamidade.
Fomos vento quando o resto era apenas brisa,
Fomos momento ímpar enquanto tudo era banal,
Um sonho sem ser sonho... modestias à parte
Fomos a satisfação do amor ao além da vocação!
Viciação, sofreguidão, tesão, emoção e fomentação,
O fomos, em cada beijo doado e no leito desmoronado,
Em cada carícia derramada e em cada gemido ouvido,
Longe do tudo que possa ser apenas ilusão, Fomos ardor!
Então meu indubitável Amor, jogue fora todo esse medo,
E desfaleça logo essa sua obstinação que apenas traz dor
Para vir clamar de volta esse "Meu" que é veramente Seu,
Na pele, na alma, no olhar... fielmente e para sempre Teu!
Salomé
“Diário de um Amor” ASM 2010