Poema de amor
Apenas uma luz me alumia
E a tristeza de uma chama me aconhega!
Só, solitário, num mundo real e irreal
Vivo os caminhos de andantes judeus
Talvez certos, talvez errantes,
Num deambular de mundos estranos a um ser!
Frente a uma lareira mal acesa, sonho,
Escrevo poemas, quero acaminhar!
Ah! Como gostava de ouvir tus música cantar!
Aqui, na frigidez de uma terra de heróis,
Quero inventar meus sóis
Se para trás olhar e caminhar!.
Vejo meus amigos partir, como o vento
E num momento me reflito e sinto
Que é esse o meu andar!
Há saudade do abraço, do sofrer, do cansaço,
Num deleito de afagos e suor!
É mais que amizade, é amor!
Aqui, num cadeira fria olho as flores
Que lá fora me sorriem, deleitadas
E eu, sendo o tudo e os nadas,
Fico olhando a pensar!
Ao lado, a cama vazia me espera
Confidente, muda, e quente!
É minha companheira dos dias e noites
Onde sofro sentimentos e açoites
Na alma, no corpo e na mente!
Mas lugar onde é mais vivente
O gesto simples de amar!
Sou também alma que sente e canta
Tenho força no coração e na garganta
Quero libertar o meu sentimento!
Aqui, numa cadeira me sento!
Tenho por meu companheiro o luar!
O dia não nem a noite nem a hora
Mas sei que ainda agora
Tenho e eterna vontade de te amar!
José Domingos