Amores distantes

Há mulheres tantas

Amores distantes

Mulheres crentes

Outras sem fé

Mulheres quentes

Mulheres loucas

Poucas, diferentes

Mulher que sente

Mulher que grita

Tem a que geme indecências

A melhor,

Mulher que goza

Intensamente

Fogosa

Mulheres gostosas

Apimentadas

Tem as sem sal, sem açúcar

Mulheres aflitas

Tem as que deliram

As que mentem

Tem aquela que te entrega tudo

O raso e o profundo

Sem juízo

Outras que te levam ao fundo

Na lábia, no riso

Há mulheres diferentes

Amores distantes

Mulher diletante

Que só fala e nada sente

A que se fecha na retranca

Mulher que ama

Inflama

Que quer cama toda hora

Mulher distraída

Mulher traída

Mulher que te fode

Mulheres estranhas

Fechadas

Mulher de fachada

Há mulheres tantas

Amores distantes

Poucas, diferentes

...

“...Mulheres cabeça/ E desequilibradas/ Mulheres confusas/ De guerra e de paz/ Mas nenhuma delas/ Me fez tão feliz/ Como você me faz...” (Martinho da Vila, em “Mulheres”)