POR NOSSO NOME

Diz só mais uma vez baixinho o meu

nome para que eu não esqueça o som

de tua voz, pela aurora dos tempos,

em que o silêncio é feito de nardos

a enfeitar o teu ser.

Pronuncia teu nome Mulher com um

sacudir de ombros enquanto danças na praia

à luz da lua pardacenta, que rasa seus olhos

no mar mais em baixo,

junto às ondas de outrora.

Diz-me quem és e eu dir-te-ei de meu amor

que sobe por mim acima até ao mais

alto de mim, substância de meu ser apaixonado

que por ti se põe engalanado, das mais

finas texturas.

Raia o sol na manhã tão nossa e nós vamos

beber o néctar dos deuses, até nos darmos

por satisfeitos, ante a primazia dos corpos

desnudos pela natureza, que nos canta odes

de encantar, a este amor tão puro e bonito.

Sei de teu rosto mais do que de mim, sei…

sei dos teus silêncios e de teus segredos de

mulher, sei…

E eu lanço uma corda de músculos

que de malmequeres te enfeitei.

E quando o ocaso chega para nos levar,

zurze um vento bem ao de leve, que erradia

nas nossas faces mil histórias por contar

e que só nós conhecemos, como se fechássemos

os olhos para um sono repentino.

Jorge Humberto

23/01/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 24/01/2010
Código do texto: T2047614
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