O QUE É O QUE É?
Que são meus olhos,
senão as janelas
pelas quais vislumbro a amplidão.
Que são minhas mãos,
senão minhas asas;
meus pés,
senão minhas amarras.
Que é meu corpo,
senão minha prisão.
Que são meus sonhos,
senão trilhos,
fincados nas nuvens;
rios caudalosos,
onde me afogo,
mas também me acho.
Que é a minha esperança.
senão minha única arma,
sempre comigo,
no coldre da alma:
meu escafandro num mar de lama.
Que são os meus atos,
senão meus parcos haveres,
débitos e créditos,
lucros e perdas,
ao final da jornada.
O que é o amor,
senão meu eterno parceiro,
em viagem paralela,
que só vislumbro, de perto,
pelo microscópio dos olhos dela,
no alto de Santa Teresa.
- por JL Semeador, em 15/01/2010 -