E a rua já não é suficiente
Na rua ninguém.
Ninguém suficiente para preencher algo íntimo.
Ninguém, porque a responsabilidade da liberdade é pessoal.
Ou me liberto, ou morro.
Respiro horas.
Durmo anos.
Como meses.
Enquanto isso, a rua permanece vazia.
Ninguém, apenas a chuva.
A chuva também se torna íntima.
Na solidão, ela é a única presença que os olhos sentem.
Ou me contento, ou corro.
Respiro horas.
Durmo anos.
Como meses.
Na rua, ainda o vazio.
Dessa vez, nem a chuva para consolar as retinas secas.
A esperança deixa de ser íntima.
Na solidão ela é apenas um espectro de quem não ousa viver.