NÃO VÁ MORRER AGORA
Não... não pode fechar os olhos
assim de repente.
Esse tum tum tum tum cadenciado
assim tão imponente,
que ressoa no corpo viciado...
na mente...não, não pode parar.
Essas mãos que se abriram antes
como flores de primavera
e que acariciaram corpos amantes,
não, não podem se postar em cruz.
Tênue, ainda resiste essa luz
feito lamparina atômica de agora.
Não...não vá embora.
Aguarde um pouco mais.
Planeje um último suspiro,
imagine uma partida longa de xadrez.
Um gole curto de xerex.
Não...não vá embora agora.
Quem sabe, o fim do mês?