Sentimento de Ausencia
Tenho nas mãos teu poema
Que se esvai como vento!
Num recanto da sala me sento
E sinto o calor sentido do sentimesnto!
Vem a saudade, aquela voráz
Maldita tortura, sagaz
Que me corrói o pensamento!
Leio nas linhas os caminhos
E como Quixote vejo moinhos
Onde afinal há apenas vento, só vento!
Não tenho o tocar de teus lábios
Nem sinto de perto tua pele!
É dura esta solidão, sabe a fel
Que me dizima na escuridão da noite
Que, essa amiga, me abraça como os sábios!
Balbucio palavras e sonhos,
Uns grandes, outros... risonhos
Mas também flores e revolta
Como a nuvem que ali passou
Tão breve, tão solta,
Que veio pousar no cimo da montanha!
Esse poema, esse mesmo desenleio,
Segura minhas palavras que escrevo
Numa areia de praia, de maré que trancrevo
Neste poema que não é meu nem de ninguém!
Talvez seja devaneio, caminhada, caminho
Num percurso que não me quer,
Mas que me escolheu
Para seguir em frente, mais longe no além!
Jose Domingos
(A Fernando de Matos, ex-director do Parque Natural da Serra da Estrela, que D-us quis levar neste breve Dezembro de 2009, aos 54 anos)