ASSOMAS-TE À JANELA
Assomas-te à janela, linda como não há
e ao longe observo as gardénias
que te envolvem em forte abraço, junto
às vidraças do meu sonho acordado.
Quando por ti passo em sobressalto
deixas cair um sorriso de todos o mais belo
que eu colho com ambas as mãos
semeando-o nas bordas de meu coração.
E nas portas que se sucedem junto às
flores que eu pari, doce chilrear de
pássaros, brincando nos intervalos das
casas, dizem de mim como de ti.
E quando vens para mim descendo de
tua janela, trazes a face rosácea,
orvalho de outras manhãs em que cantaste
as mais sublimes de todas as canções.
E num longo carinho nos perdemos
até que eu lanço uma corda de músculos
para acender a fogueira mais jubilosa
esperando nossos anseios mais prementes.
Jorge Humberto
17/12/09