HOJE, AINDA E SEMPRE…

Nem o estrépito das chuvas a norte

quarto vazio e o escárnio de meu espelho

ofuscam minha lembrança de ti

o teu ser sereno, humilde e emocional.

Do espelho vejo as desavenças da vida

e a metade do homem que já fui um dia

de ti vejo a recompensa na insistência em

chamar de novo o amor para os meus braços.

Amor que não me negaste e acreditando

em mim deixaste-te abraçar

há espera de ser bem tratada e cuidada

tudo que eu tinha por almejo entregar-te.

Se os primeiros dias foram de sonho

este ainda hoje prevalece, como o melhor

que há em nós, nardos e malmequeres

que eu um dia plantei em meu jardim.

Vieram tempos de ventos rigorosos

folhas opacas mostrando o seu inverso

ficando o verso mais forte que qualquer

contratempo que nos fez silêncio.

O silêncio de quem não precisa de falar

para saber dos cuidados a remeter ao outro,

pois em nós tudo são palavras fáceis

gestos de anseio ou de uma revelação.

Deixo que a chuva cai desgovernada

e que as gostas batendo nos vidros

sejam aquela figura que se desenha

a cada desejo meu de ter-te a meu lado.

Fomos feitos um para o outro, nisto não

restam dúvidas, por mil caminhos

percorridos és sempre tu que estás à minha

espera de braços abertos para me acolher.

E os meus em forma de asa se dispõe

ao calor de teu corpo benesses receberem

como o bem maior a estes dois jovens

que se entregaram sem quaisquer reticências.

Jorge Humberto

15/12/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 15/12/2009
Código do texto: T1980123
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