SONHOS ETÉREOS
Do abismo e da escuridão do oceano, nasci
A procura do mais síngelo dos infinitos,
Contido nessa emoção, que um dia revesti
No clamor de um sonho que jamais esqueci
Das aguas tumultuosas, tua canção ouvi,
Vociferando a tua eterna e amarga solidão,
E implorando aos deuses por aquele verso
Que nesse universo jaz perdido e submerso
Na minha escuridão, te sonhei e te vislumbrei
Teu corpo inquieto em noites de sofreguidão,
O peito desfeito entre os lençois frios da ansiedade
Quando tudo o que queria era ser teu suave leito
Nesta minha insanidade, te amei, te desejei
E te coroei o eterno e uníco eleito deste coração
Que por ti jamais deixa de bater, nem de te querer
Nesta sina que vida após vida te clama... seu viver.
Salomé