DE LINHO TE VESTI

São de tristeza meus dias passando

se não te tenho para me cantares

a canção que soubemos escolher

para dizer de nosso amor.

São de tristeza meus dias correndo

se não te vejo naquele singular tempo

em que tudo pára e a paixão se enleva

a caminhos promissores.

São de tristeza minhas noites e meus dias

quando à janela no lusco-fusco

não obtenho a gratidão de teu rosto

formando-se numa nuvem qualquer.

São de tristeza os meus silêncios

quando sozinhos não ouvem teu coração

bater-se inconformado salvando-me da solidão

que a mim próprio impus como uma cruz.

São de tristeza meus lugares

se tu não te encontras à minha espera

no sítio a nós reservado com o bem maior

que plantamos para a nossa vida duradoira.

E são de alegria os dias vindouros

em que te visto de linho e te enfeito de nardos

em plena conjunção com o universo,

Concreta afirmação de teu ser.

E são de alegria estas flores que te colhi

no jardim que nos fez homem e mulher

sujeitos impar à conquista de seu espaço

que com elas quis nomear-te eternamente.

Que nunca me abandones à sorte

que espera os incautos dos que lutam por

amor como o seu bem maior

a levar pelas suas vidas sem retrocesso.

Jorge Humberto

11/12/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 12/12/2009
Código do texto: T1974675
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