Ausência
Ausência nesse tudo que é síngela vida,
De mim mesma e da minha plena sombra
Nessa vã lida que hoje me deixa inerte
E na penumbra do que não mais me liberta!
Ausência incerta do tudo e do nada
Na doce dor estremecendo este sentimento,
No vínculo e essência entre amor e sofrimento
E no círculo desses teus braços aqui me ninando.
Ausência do Eu quando não sou mais,
Quando foi você quem soube me libertar
Da sombra imortal dum precipicio sem final,
Para finalmente me ensinar a confiar e a amar!
Ausência que é mais presença que vazio
Nas mãos que se procuram no pleno do vento,
Nas bocas se amando e selando esta síngela união,
Escrita e imortalizada nas areias eternas do tempo!
Salomé