PELA FORÇA DO TEMPO
Pela força do tempo
aguardo o teu nome
aguardo o teu rosto
aguardo o teu corpo
aguardo a mim mesmo
Pela força do tempo
anseio teus olhos
anseio tua voz
anseio teus dedos
anseio a mim mesmo
Pela força do tempo
espero tua sombra
espero teus lábios
espero teus beijos
espero a mim mesmo
Pela força do tempo
aquilo a que chamamos amor
se dissipa
mas permanece o desejo
mas permanece o sonho
mas sobrevive a imagem de amar
e aguardo
e anseio
e espero
porque permancem em mim
as sensações contrárias e várias
os sonhos muitos e fundos
e o mar
Pela força do tempo
aguardo a palavra
anseio o poema
espero o verso
e aquilo a que chamamos amor
reaparece nas páginas soltas do poeta
e, então,
lembro o teu nome
lembro o teu rosto
lembro o teu corpo
lembro a mim mesmo