Mistérios
Quem te disse ao ouvido esse segredo
Que ninguém tem escutado -
Aquele amor cheio de crenças e medo
Que só o amor é segredado?...
Quem disse isso, quem disse?
Não fui eu, que não ousei dizê-lo.
Não foi outro, porque não o sabia.
Mas quem roçou da testa teu cabelo
E te disse ao ouvido o que sentia?
Seria alguém, seria?
Ou foi só que o sonhaste e eu te sonhei?
Foi só o ciúme meu de ti...
Que o supôs dito, porque não o direi,
Que o supôs feito, porque só fingi
Em sonhos que nem sei?
Seja o que for, quem foi que levemente,
O teu ouvido vagamente atento,
Falou-te desse amor em mim presente
Mas que não passa de meu pensamento
Que anseia e que não sente?
Foi um desejo que, sem corpo ou boca,
Os teus ouvidos de sonhar-te disseram-me
A frase eterna, imerecida e louca -
A que as deusas esperam
Com que o sonho se distrai.
Sonhando vive a recordar...
Acordado vive a sonhar
E te sonhando vivo a querer!
Quem te disse ao ouvido esse segredo
Que ninguém tem escutado -
Aquele amor cheio de crenças e medo
Que só o amor é segredado?...
Quem disse isso, quem disse?
Não fui eu, que não ousei dizê-lo.
Não foi outro, porque não o sabia.
Mas quem roçou da testa teu cabelo
E te disse ao ouvido o que sentia?
Seria alguém, seria?
Ou foi só que o sonhaste e eu te sonhei?
Foi só o ciúme meu de ti...
Que o supôs dito, porque não o direi,
Que o supôs feito, porque só fingi
Em sonhos que nem sei?
Seja o que for, quem foi que levemente,
O teu ouvido vagamente atento,
Falou-te desse amor em mim presente
Mas que não passa de meu pensamento
Que anseia e que não sente?
Foi um desejo que, sem corpo ou boca,
Os teus ouvidos de sonhar-te disseram-me
A frase eterna, imerecida e louca -
A que as deusas esperam
Com que o sonho se distrai.
Sonhando vive a recordar...
Acordado vive a sonhar
E te sonhando vivo a querer!