"DOCE AMARGURA"
Não sei se havia razão, com certeza não havia
Se há motivo grande que justifique o suficiente
sem pensar, envia flôres em forma de poesia
como se fôsse tábua de salvação, errôneamente
Tomo pois, em minhas mãos, estas mesmas flôres
que sei, no tempo serão esquecidas
como palavras, em várias nuances de côres
mal ditas, confundem e só aumentam as feridas
Sem esperanças, já não sei se vale a pena
tanto esforço por um livro bonito, mas vazio
encontrei nos mesmos versos, a mesma cantilena
e...as palavras cortam, qual navalha sem fio
e...fui absorvendo o tal grotesco veneno
que não teve efeito, livre e incólume passo !
mesmo sendo mortal, mas de porte pequeno
um dia se dará conta, dêsse erro crasso.
René Cambraia