"DOCE AMARGURA"

Não sei se havia razão, com certeza não havia

Se há motivo grande que justifique o suficiente

sem pensar, envia flôres em forma de poesia

como se fôsse tábua de salvação, errôneamente

Tomo pois, em minhas mãos, estas mesmas flôres

que sei, no tempo serão esquecidas

como palavras, em várias nuances de côres

mal ditas, confundem e só aumentam as feridas

Sem esperanças, já não sei se vale a pena

tanto esforço por um livro bonito, mas vazio

encontrei nos mesmos versos, a mesma cantilena

e...as palavras cortam, qual navalha sem fio

e...fui absorvendo o tal grotesco veneno

que não teve efeito, livre e incólume passo !

mesmo sendo mortal, mas de porte pequeno

um dia se dará conta, dêsse erro crasso.

René Cambraia

René Cambraia
Enviado por René Cambraia em 11/11/2009
Código do texto: T1917253