Uma certa Poesia

Hoje o meu eu lírico madrugou da cama

Depois de muita escuridão e noites em vão

As manhãs me parecem agora tão singelas

tão cheias de vida...vejo tantas cores no ar...

É uma certa poesia que está dentro de mim...

Um passarinho pousou na minha janela

Ele veio somente me beijar...

Um amarelo, que quase ofusca minha visão

Deixa-o entrar, são os raios de sol a brilhar...

É uma certa poesia que não me deixa escorregar...

Depois de muito pranto,

As rosas vermelhas não mais sentem pena de mim,

Elas aproximam-se, envolvem-me com seu perfume

É uma certa poesia que quer me cheirar...

A poesia que encanta meus olhos

Do amanhecer ao anoitecer

A poesia de que os olhos são feitos

ainda não sei se de mel ou de mar

De esperança, esperança, esperança

Decididamente! Minha poesia tem olhos

de crianças, falam por si, brincam e sorriem...

É uma certa poesia que alimenta meus sonhos...

Agora tenho como sentir a brisa suave,

Os murmúrios do vento cá ao pé do ouvido,

Os calafrios que me dá,

A poesia que meu grito interno silenciou,

As minhas tardes são cor de laranja...

É uma certa poesia que quer me despir

Embriagar-me e possuir [...]

A poesia que quer gritar poesia

A poesia que eu simplesmente quero

“tocar”

“traduzir.”

Dinoélia di Cássia
Enviado por Dinoélia di Cássia em 20/10/2009
Reeditado em 08/11/2015
Código do texto: T1876793
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