SAUDADE III

Saudade é coisa sem jeito
Não sei se nasce no peito
Ou se chega lá de fora
É a amante do tédio

É mal que não tem remédio
Visita que não vai embora
E invade á alma
Que afoga o coração

Como o vento sem açoite
Águas tranqüilas e calmas
É como espinho da rosa
Parece uma dor gostosa

Sem licença nem embargo
Ferrão de abelha com mel
Parece inferno no céu
Brincando com a lembrança

No coração mexido
Desperta feito criança
Saudade é presença da ausência
Do tempo e certas querências

Que a vida não apagou
É dor que não se explica
É tudo aquilo que fica
Daquilo que não ficou


Vera Fracaroli
Enviado por Vera Fracaroli em 14/10/2009
Reeditado em 19/10/2009
Código do texto: T1865879
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