Uma Louca Verdade
É possível que a loucura,
Em manhãs de amor eterno,
À minha mesa se farte.
Ou que em meu leito,a amargura,
Em frias noites de inverno,
Trace as formas de quem parte.
Contudo,aqui neste peito,
Tudo sente com ternura.
E quando falo de amor,
Não duvides da candura
Destes versos,por favor!
Eu quero te convencer,
Durante uma dessas danças,
Que o meu amor é verdade,
Que nada em mim é vaidade.
E que nós,duas crianças,
Valsaremos até tarde,
Como amantes em festança
De paixão que insufla e arde.
Quando então, meus braços sigam
O que teus lábios me digam,
E o meu beijo te estremeça
A boca e a alma travessa.
Pra que nunca mais descreias
Dos pulsares mais profundos
Que alimentaste,fecundo,
Na correnteza das veias.