Devaneios II
Nasci naquela maresia de sonhos
Onde havia ódios de almas perdidas
Em claves de sol e de mantos risonhos
Iventados numas noites estendidas!
O tempo passava entre as mãos,
Gretadas, rudes e tão meigas
Que até a ternura invejava
Carícias de campos e veigas!
Nasci ali , no lugar do poema,
Sem rubor, sem pétalas nem o dilema
De chamar ao amor o puro do cristal,
Perdido na noite, aurora boreal.
Ah! Oh dores de paixão e de ternura
Que exaltam meu sonho e a loucura
De amar só por amar, como o poeta!
Aqui, num recanto de pedra que me ecleta
A raiz onde nasci, sou sonho, verdade,
Talvez amado, amante, amor errante
Num navegar de návegas de mar sim fim
Onde me acalento no abraço, em mim!