SINA OU FADO O ESTAR SOZINHO

Resolvi aceitar que minha vida é um

pouco mais que estar sozinho,

e como contra factos não há argumentos,

há muito depositei a flor que um dia

plantei, com estas mesmas mãos que

julgaram de si a eterna felicidade.

Sou como aquele sol de pouca dura,

que traz atrás de si a neblina, onde perco

todo e qualquer senso de realidade,

porque tudo que faça ou diga não altera o

conceito primário de meu ser dedicado

e delicado, de minha pessoa apaixonada.

E aqui me encontro só sem ter a quem

amar, porque amar não é o mesmo que

mudar de camisa, veste-se outra e tudo

volta à sua parca normalidade, amar

é muito mais que isso é uma entrega, que

só os de alma fiel conhecem seu fim.

E eu que pensei conhecer seu fim, quando

a eternizei dentro de mim, ledo engano,

que o que não é de durar, por mais que te

expliques, não tem ouvidos que te

escutem e as tuas angústias e teus pedidos

de perdão são meras figuras decorativas.

Continuarei a amar a única pessoa que sei

amar, seu julgamento a si pertence como

o gesto de cada um de nós e nada interfere

com este coração, cavalo louco correndo na

orla de meu peito, que soletra seu nome

baixinho, pois ao casal a solene discrição.

Jorge Humberto

03/10/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 04/10/2009
Código do texto: T1847439
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