COMO É QUE AMEI.

COMO É QUE AMEI!

Um amor que entrou

Pela janela

Revistando as artérias

E num pulsar das veias

Atirou-se no chão

Escorregando pelas frestas

Que encontrou no coração

Como é que amei!

Vendo o coração bater tão rápido

Acelerando a respiração

Para morrer de morte súbita

Aquietando sem pulsar

O coração.

Como é que amei!

Se o coração já não se agita

E já se encontra adormecido,

Feito anjo que não tem no que pensar.

Não fechei as janelas

E as portas não vão trancar.

Quero ver quem chega

Querendo do coração se apossar

Não vai adiantar

chegar que nem passarinho

Que veio uma migalha roubar

Para depois vê-lo saindo

Voando na direção do mar.

Como é que amei?

Se muito amei,

Portas e janelas tranquei!

Agora não tranco mais.

Quero ver o coração livre

Com portas e janelas escancaradas

Para quem entrar por um lado

Não ter como se prender

Saindo pelo outro lado

Antes mesmo de reter,

Sem poder me machucar.

Como é que amei!

Agora indiferente e alheia

Nem penso amar

O coração nem ama

É a mente que se espanta

Criando vida e dando vida

As coisas banais.

Ele! Pobre coração é apenas um órgão

Que se parar de bater mata.

Agora a mente inventa

E a invenção criativa demais

O que ali se cria,

Não morre nunca mais.

Defeitos

MARGARYDA BRITO
Enviado por MARGARYDA BRITO em 15/09/2009
Código do texto: T1812055
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