A DOR

O mar em seu frio e sombrio lençol

Me envolve e me abraça em sua dor,

Sob o calor e a luz desse ingrato sol

Que não mais me aquece, nem apetece

Nesse cómodo estupefato, me afogo

E em ti sensivelmente sem vida,

Naufrago longe desse reino encantado,

Um dia encontrado na avenida da saudade

Não sou lágrima não, mas sou o pranto

Que nessa crueldade gelada e desvendada

Nasce e corre no rio da vulnerabilidade,

Desce e morre no leito da impassibilidade

Talvez fomos a perfeição da imortalidade,

A comunhão do divino num uníco alento,

E a realidade do vão destino que nos uniu,

Mas hoje, o abafamento que do nós surgiu.

Salomé

Ess. “Ventos e Marés”

"Torres - Agosto de 2009"

Salomé
Enviado por Salomé em 11/09/2009
Reeditado em 11/09/2009
Código do texto: T1804902
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.