REDUTO

REDUTO

Ignora porque soldados seguram-lhe os braços !

Em apático silêncio, com rápidos passos,

conduzem-no, demente, para doce insular cela,

onde refulge intensa luz de pálida vela !

Procedimento probo por ele agora zela,

apesar de latente solidão que o esfacela !

E brotam das frias paredes sublimes mormaços

a resumir-lhe os extensos existentes espaços ...

Do cárcere, turbulenta convicção se aflora:

o prisioneiro almeja continuar trancafiado,

recusa vãos sons portadores de liberdade !

Vislumbrar o longo e incerto desfecho o devora !

O cubo onde está preso destrói-se, acelerado,

ou firma-se sobre pedras, rumo à eternidade ...