O pecado do beijo
O pecado do beijo
Eu sou o pecado.
Eu sou o beijo.
Sou o pecado do beijo apaixonado,
Sou o que sou, instante, momento e agora.
Seria isso a mais pura soberba?
Ou seria luxo nosso tentar entender o que o amor tem a nos dizer?
Penso no suave toque dos lábios,
No instante perdido,
Ou no sonho desiludido,
Penso no beijo perdido.
Desperdiçado pelo pecado.
O beijo já não sabe o que fazer,
Muito menos onde se esconder.
Quero ver quem vai dizer que vou pecar,
Quando finalmente te beijar,
Meu desejo –oculto- é você dançar,
Essa valsa que o beijo acabou de se tornar.
Quero ver você –meu beijo- desobedecer,
Largar tua santidade de madre,
E se oferecer.
Seu pecado,
Sinto pena de toda sua beleza desperdiçada,
Em meio a tantas palavras decoradas,
Teu beijo condecorado não me diz nada,
Muito menos tuas manias e jeitos de pecadora.
Teu beijo,
Nosso beijo,
Meu pecado,
Nosso pecado.
Somos um só, funcionando em concordância,
Fora de nossa própria dissonância.
Somos o que somos,
O beijo e o pecado,
O tempo perdido,
E o instante desperdiçado.
Somos o amor em forma de palavras,
Somadas com tua alma,
Olha pra ti mesmo,
E sinta
O pecado do beijo.