CONFESSO QUE FUI EU
Confesso que fui eu que escrevi poemas.
E que, nos tenros anos, tentei saber quem eras.
Os dias passaram, correram os meses
e os anos não ficaram atrás.
Reli poemas.
Serias tu, meu Deus?
Tanto tempo e poeiras de estrelas!!!!
Nem sabia teu nome!
Eras tão linda de fitas nos cabelos claros.
E eu caçando um amor como borboletas!
Confesso que fui eu que escrevi aquelas coisas.
Coisas que falavam de ser, de doce, de amor,
de estar bem, de sentir cheiros, de viver amoras...
Sim...fui eu mesmo...
Tanto tempo, meu amor...e agora?
O que teria sido feito desse amor
se isso tudo não fosse verdade?
Se não nos bastássemos em escritórios
até envelhecer ou aposentar?
Não importa o registro na carteira de trabalho.
Importa sim todas as linhas de amor
que registrei. Não vou nunca aposentar o
sentimento de amar tão forte.
Ainda que a morte nos ronde, quem sabe,
sem que a gente saiba, é bom lembrar...
Confesso que fui eu que escrevi aquelas
lindas coisas.