BEBO O MEL DE TEU CORPO

E bebo o mel de teu corpo, entre lençóis

embebidos de luar.

E passando suavemente meus dedos

pelos teus lábios, meu queixo pela nudez

de teu pescoço,

bebo o mel de teu corpo, até ficarmos

satisfeitos.

E meus braços entrelaçados em ti,

escondendo ligeiramente teus seios,

aproximam nossas bocas, desejosas

de roubar o sabor agridoce, do suor

que delas pende, como gotas de

puro orvalho, enquanto eu bebo o

mel de teu corpo.

E escorre o mel de teu corpo, qual

vinho que eu vou beber, alucinado pelo

bater apressado de nossos corações,

que nos excita e incita, noite dentro.

Então uma vez mais bebo o mel de teu

corpo, janelas abertas para o nascer do

sol, que vem chegando e com ele a

satisfação de nos termos inteiramente.

Deitados em nós e em nosso amor sem

pudores (lençóis caídos pelo chão), nossos

corpos nus e libertos, aconchegam-se um

ao outro e de costas para mim, em ninho,

adormecemos ao trinar das primeiras

aves da manhã, pousando na janela…

Jorge Humberto

11/08/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 12/08/2009
Reeditado em 13/08/2009
Código do texto: T1750347
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