AMAR É UM VELHO/ MENINO SALTANDO NO ESCURO
“O amor é um ser todo iluminado/
que joga mil jogos na beira do
precipício” (Jorge Mautner)
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Amar incorre em riscos
Precipício na planície
Esquisitice do coração humano
Um mistério/ séria ruptura
Que nos faz crianças
É uma dança novantiga
Passos e toques que arrancam faíscas
É falta do senso de ridículo/ de juízo
E que nos põe nos recônditos da alma/ sem novelo
Mistérios/ descobertas/ malabarismos
Que nos põe um gosto novo nas bocas
Festa/ palco/ atores do destino
Despertar do fascínio
Amar incorre em riscos
Pois tanto afaga quanto fere
Tanto chove quanto seca
Tanto eleva quanto desespera
É uma espera/ uma cola/ necessidade
Uma fissura
Trituração que desasossega/ cega
Revela/ tira o fôlego/ estica os nervos
É uma arma que dispara por dentro
Um vento
que vira tempestade ao leve movimento
A alma salta/ o coração dispara/ o tempo pára
Amar é como um velho/ menino
que salta pelo caminho escuro
Sou eu na tua porta logo cedo batendo inseguro
Pedindo guarida