MELANCOLIA VESPERTINA

O fino brilho ladeia

O arrebol vespertino,

De olho a observar

A minha altivez sumindo,

No fundo de min’alma,

O ardor não se acalma

E a minha paz saindo.

Esses raios fulgurantes

Não alumiam meu ser,

E a paz sem alcançá-la,

A plenitude não ter,

A beleza vai sumindo,

Cabisbaixo vai caindo,

No papel todo o saber.

Não gosto do vespertino,

Que esconde o passado,

Tudo o que era no hoje,

Vão-se deixando de lado,

Uma saudade chegando,

Melancólico vai ficando,

Com pensamento alado.

O ontem que fora hoje

O hoje que é passado,

Amanhã será a vinda,

Se não houver definhado,

Se a deusa, não é musa,

No sonho há uma intrusa,

Oh! Deus seja apiedado.

Na terra o fogo entrando

E desaparece o clarão,

A melancolia emerge

Do fundo do coração,

Somos todos bem iguais,

Buscar diferenças jamais,

Tudo é apenas uma ilusão.

Rio,28/07/2009

Feitosa dos Santos