SOLIDÃO A DOIS
Entre as dunas do meu fiel coração
E as cortinas desta insaciável paixão,
Hoje a tua voz, eu senti num gemer,
Nessa solidão que é nosso padecer;
Longe de você, eu desisto de viver
Nesta sofreguidão que incurávelmente
Aprisona a imensidão vazia do meu ser
Que sem você não consegue respirar;
Longe de mim, dizes-te um olhar vazio,
Um sonho e um rio sombrío sem sentido,
Tua saudade estampada nas lágrimas
Que vertem sua crueldade fria e amarga;
Sem o nós, cessamos o respirar, o anelar
Como se esta vida fosse apenas fel e dor,
Espelhada no olhar e rasgada pelo vento
Pra morrer no alento desse nosso fiel amor.
Salomé
Ess. "Guardião dos Sonhos" 2009