VOCÊ É A PRIMEIRA DA MINHA LITERATURA DE TERCEIRA
Você é letra viva da minha canção
O som mais doce e rude
Você é o açude que não se estanca
Que vaza e rompe
E me inunda com suas águas
Sua umidade quente
Você é a página par do livro que escrevo
A letra A do poema que rabisco
A folha que viro e volto
Que reviro e não sigo em frente
Você é mulher que me ensina valentia
Que rima e segue adiante
Você é o meu pedaço perdido
Elo placenta umbigo
Você é a primeira da minha literatura de terceira
Você é o pão que como
e ainda colho migalhas pelo chão da cozinha
Você é o selo da carta que não envio
Só pra tê-lo comigo
Você faz o meu texto ficar comprido
E pra não deixá-lo prolixo vou terminá-lo já
Portanto lhe digo:
Sem você meu riso é partido
Minha vida despedida
Mãos em aceno. Silêncio do poema