IMPUNIDADE

São os mesmos cabelos

que preenchiam o vão dos meus dedos,

aceitando os deslizes de minhas mãos.

A boca é a mesma por onde

passeei meus lábios e absorvi sabores.

São os mesmos olhos que me fitavam horas

como a querer me decorar para

pintar em tela da mente o meu retrato.

É a mesma pele que me aqueceu

e que por mim foi aquecida em trocas febris.

As mãos são as mesmas que

fizeram inúmeras expedições em meu corpo

deixando-o sem nenhum segredo.

Mas ela não está mais lá.

Alguém anda por aí impunemente

usando o corpo da mulher que eu amo.

Leilton Lima
Enviado por Leilton Lima em 02/07/2009
Código do texto: T1679305
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