Mais uns gramas

assustada, passada estava

mas faz muito frio, chove

excessos, amante e solitária...

levei umas tamancadas

por que fiz uma dessas

acaba-se a paciência

morre-se de ansiedade

um outro poema,pelo jeito...

impaciente, aflita

minh’alma desfalece

um pedido de socorro a ansiedade

precipita a queda, me empurra

o abismo é logo ali e recuso saltar

prefiro amar, há um tesão não aliviado

amar-te, na secura demais...

deixar que a vida seguisse a vida

e, quem, sabe, retornasse vívida

e desapertasse minha cinta liga

preciso fazer amor urgentemente...

para não dizer que já quisesse

baixavam-se-me outras vestes

quando vimos... feito estava!

acabamos mesmo assim nos amando!

do virtual ao real demais e mais e mais

sem espaços para ciúmes, assim...

pra dizer o mínimo...

não se esquece assim, impossível

deixar de querer sofrer...

depois de uns tempos, voltamos...

continuamos... ele à morte

eu sem sorte a ele me doava me mostrava...

por amor e compreensível compaixão

antevisse o terrível, o dramático, o doloroso

mais sequer comia mais nada se fazia

nada mais dizia, piorando...

definhando...passo horas em aflita busca

algo de ti em minhas lembranças

a lembrança viva, dos momentos lindos

convividos de saudades muitas,

diferente da saudade sentida

de quando estivemos juntos...

depois da partida recordava,

escrevia enlevada, atormentada, pirada

completa, insana, ainda uma linda’lma,

mulher, insanidade é

apenas uma partezinha desamada.

não choraraei! Nem triste mais ficarei!

há mais que a vida para recordar,

vivê-la, intensamente, mulher

não deixar diminur o gosto por viver,

por amar... uma dor agora...

reviver, tem sentido

dói reviver intensamente

é tanta tortura ser discreta...

o todo mundo... à rua

o todo mundo nos meus passos

repara em tudo... medíocres!

a nada leva sair para nada...

uma vida é tão importante

encontrar um meu amante...

o respirar tão necessário

que mesmo nada alterando

sinto que o ar me invade

e me eleva, mas sou infeliz

fico assim quando estou sem ti

em brasa meu corpo arde

lembro de ti, às tardes

e quando não estás nas noites frias

lembro de ti como lembrava à tarde

e, mesmo cedo, te quero

chego a duvidar me queiras

não me iludo, porque és tudo

deixas-me mais confusa...

mas é lindo o que comigo fazes

dizes sempre o que sentes

embora tão só palavras

sentimentos pouco se satisfazem

com apenas versos: são chamas, fogaréu

queimando da terra aos céus

quem é esse senhor, senhora?

não vou à cama contigo

não me deixe só, não me abandone

sofro tua ausência, perco o sono

atormentado, desacordado, atordoado,

quero tirar-te as roupas

faça-o já! - ordeno

vou adorar-te, aplaudir e amar

pode ser por estar feliz, também

pode ser por muito mais te amar

[ Juli Bauer com Lila Carboni ]

Juli Bauer
Enviado por Juli Bauer em 27/06/2009
Código do texto: T1670334