O AMOR QUE ESPERO



hoje me sinto estranho
como pássaro ferido
aos espinhos me emaranho
sensação antiga
que lateja como saudade amiga
meu corpo treme...
de febre, arrepios!
doces sensações, corrupios...
eu as tive,desfrutei e,
que em outros braços
(doces liames, enredei-me!)
vivi e perdi...
foram-se no tempo...
aos poucos descortinadas
a serem vivenciadas em outras paisagens...
não! não me diga nada
(emudece teu silêncio...no frio da madrugada!·
o amor é assim!).
quero lembrar tua voz, no sim...
o teu não agora...esvazia meu sonho
eu te proponho:
não fale, não vejo a hora!
de você partir...
vá suavemente...deixo-te ir...
abrace-me forte
devolvo-te o abraço
como amuleto da minha sorte
esquece o que disse agora
da boca sai impropérios a fora
sei que as procelas no horizonte
são mostras dos dissabores
que terei nas próximas estações
não trarão clarões
serão luzes ofuscadas
com risos de despedidas...
e saudades já acumuladas...
vou lutar o bastante
(porque o amor é importante!)
deslocar a rotina
desviar de tua lembrança
a minha triste sina
debulhando as intrigas
de outras paixões tão amigas
perfumando o amor
que de tão doce...(produz dor)
nas entranhas com alegrias...
eu só quero saber
tudo o que tinhas ainda a dizer
aquiete-se...vá!...não fale...
mas não diga agora!
depois falará devagar, sem demora...
espere o próximo verão
talvez, na florida primavera...
se ao desprezar outros amores
dê a eles as tuas flores!
não vou perder o mundo
amor não se perde...
sente-se...ele é tão profundo!
meu mundo em ti, eu sei...
que é imenso!
a ti, somente, pertenço...
quando estou com você?o que sinto?
não minto! quando estou com você
tudo floresce,tem naturalidade
e eu respiro serenidade


David C., obrigada pela parceria.