Desejo Só Não Basta

E na impossibilidade,
querer ainda mais,
desafiando a capacidade
de conquista e o orgulho.
Alimentando a vaidade
de desejar e ser desejado,
arrogando-se
de indiferença com o mundo.
Lampejos de razão a conflitar–se
com poderoso inimigo invisível.
Esmurrar o vazio,
tendo impensado ato
por não encontrar alvo almejado.
Fulminar com socos
a inocente e dura parede.
E sentir  invadir-lhe a face
indesejável choro salgado,
de poucas e grossas lágrimas.
Dor e sofrimento do corpo.
O coração disparado,
estereótipo de vítima heróica, 
a intensificação e
a perda da auto-estima.
Toda loucura ganha justificativa,
mesmo que extremamente ridícula.
Recriando a razão, fazendo com que
o que antes pareceria absurdo,
ganhe ares de coisa corriqueira.
Escravo do calor das paixões,
servo das sensações,
tolo subserviente dos desejos.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 04/06/2009
Reeditado em 27/10/2009
Código do texto: T1632304
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