Desejo Só Não Basta
E na impossibilidade,
querer ainda mais,
desafiando a capacidade
de conquista e o orgulho.
Alimentando a vaidade
de desejar e ser desejado,
arrogando-se
de indiferença com o mundo.
Lampejos de razão a conflitar–se
com poderoso inimigo invisível.
Esmurrar o vazio,
tendo impensado ato
por não encontrar alvo almejado.
Fulminar com socos
a inocente e dura parede.
E sentir invadir-lhe a face
indesejável choro salgado,
de poucas e grossas lágrimas.
Dor e sofrimento do corpo.
O coração disparado,
estereótipo de vítima heróica,
a intensificação e
a perda da auto-estima.
Toda loucura ganha justificativa,
mesmo que extremamente ridícula.
Recriando a razão, fazendo com que
o que antes pareceria absurdo,
ganhe ares de coisa corriqueira.
Escravo do calor das paixões,
servo das sensações,
tolo subserviente dos desejos.