INSACÍAVELMENTE TUA
Teus olhos me chamando
Um sim... jamais um não,
Fogo em si me alucinando
Nesta atração crua e carnal
Que me crucifica e me sacia
Em sua paixão nua e fatal,
Que sanctifica o meu corpo,
Que abisma o meu viver
E sabe me render aos teus pés
Me aniquilando nesse seu vicío,
Que faz de mim uma vã mendiga
Em seu ofegante suplício,
Liberta mas mesmo assim presa
Do abrigo e do feitiço do teu ser
Na mera promessa duma carícia,
Me saciando, me aniquilando
E me domando no doce castigo
De te sentir e de te assumir
Nesse teu possuír do meu corpo,
Agredindo-me com maestria
Mas ao mesmo tempo num sopro,
Clamando-me com a doce magia
Do amor vertendo em pleno ardor
No antro do meu inteiro ser,
Este corpo que deixo de sofrer,
Prestes a se declarar e dar-se
Como somente e carnalmente tua,
Insaciavelmente e unicamente tua.
Salomé
Ess. "Devoção e Emoção" 2009