O DIA EM QUE PARTISTE

Sou nada, desde o dia em que partiste,

Oh, minha alma gentil, que de mim te esvais,

Sou só esta renúncia de tudo o que desiste,

Todo eu sou queixume e meus ais.

Lá onde o horizonte se põem espero por ti,

Numa insana loucura de tudo o que não digo,

Quem me dera ter-te outra vez aqui,

Indo pelo mesmo caminho que eu sigo.

Mas ah, onde está tu minha adorada,

Tal como te foste não vieste mais,

E eu sinto-me como à gente ignorada,

Procurando os seus erros capitais.

Porque este amor é a minha morte,

E eu sou tão assim sozinho neste mundo,

Malfadada e cruel me dista a sorte,

Num desespero insano e imundo.

Quem dera tudo fosse diferente,

Que nós não tivéssemos terminado,

O sonho que se fez um dia contente,

Num jardim que morava ao lado.

Se voltasses para mim… ah, quem sou eu?

Um pobre que perdeu o rumo à vida,

Gente que em mim há muito já morreu,

Que como ela ainda espera a sua vinda.

Jorge Humberto

23/05/06

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 23/05/2006
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