EM BUSCA DO AMOR

no silêncio que inebria
ouço suave melodia
arregimento as quimeras
sonhos de outras primaveras...
viajo ao horizonte
no sol atrás do monte,
procuro à visagem
perdida na paisagem
de um ser que amo
por quem clamo
e de repente se faz
(roubando minha paz)
numa onda de mar
nas rochas a quebrar
ou sob a luz do luar
tênue brilhar...
murmurando uma canção
dando calma ao coração
que me faça cantar
melodia de ninar...
mas são escuras visões
distorcidas emoções
que me acompanham
e ao lado andam
abraços, aventuras
ritmos sem desenvolturas
na relva, na cama
atos de quem ama
na grama, na lama!
insiste, te chama...
não me leve a mal
(serei normal?)
são seres disfarçados
tristes, desolados
em faces cobertas
atitudes despertadas
com fragrância de farsantes
atos instigantes...
por vezes são anjos
sem harpas.tocam banjos...
quando agarro é mutante
forma de amor distante
murmurante e inquietante
fico hesitante...
cansativas imagens
de outras paragens
em gotas preguiçosas
falsas jóias preciosas
calmaria belicosa
(ou guerra temerosa)
em galope trás o sonho
(por vezes bisonho)
entre molduras a escultura
(imagem pura)
com sorriso estonteante
de deusa cantante
no vaivém do corpo
perna, braço, carpo...
ouço murmúrios
barulhos suaves dos rios
que diz que o amor
é primo da dor
chega sem avisar
e no peito vai se instalar...
não adianta procurar
(vivo pra amar...)
que o amor que busco,
perdido no lusco-fusco
não vem... pensando bem...
um dia, virá!


David C. agradeço a amizade e parceria.